12/12/1992
 
          
                Histórico de Criação do Município de São José do Xingu (MT)
São José do Xingu é um município brasileiro localizado no estado de Mato Grosso, na região Centro-Oeste do país. Situa-se na latitude 10º48'16" Sul e longitude 52º44'39" Oeste, com uma altitude de 337 metros. O município possui uma área territorial de 7.463,654 km². De acordo com estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sua população é de aproximadamente 6.168 habitantes. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é classificado como médio, com um valor de 0,657, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) per capita é de R$ 165.549,74.
A origem de São José do Xingu está intimamente ligada à expansão da fronteira agrícola brasileira na década de 1970. Durante o regime militar iniciado em 1964, o governo federal implementou políticas de ocupação territorial visando integrar áreas pouco povoadas ao desenvolvimento econômico nacional. Por meio de incentivos fiscais, crédito facilitado e programas de colonização, promoveu-se a instalação de fazendas, especialmente voltadas para a pecuária extensiva, e a fixação de novos habitantes. Essas medidas intensificaram o processo migratório para Mato Grosso, resultando na formação de diversos núcleos urbanos e rurais, incluindo São José do Xingu.
O núcleo inicial de povoamento surgiu na Fazenda Bang Bang, cujo nome refletia os frequentes conflitos armados que ocorriam na região. De acordo com relatos de antigos moradores, disputas eram frequentemente resolvidas com o uso de armas de fogo, evocando os clássicos filmes de faroeste, o que originou o nome "Povoado do Bang Bang". Com o tempo, a comunidade passou a ser chamada de São José do Bang Bang, mas a conotação negativa associada ao termo "bang-bang" levou à mudança definitiva do nome. Em 20 de dezembro de 1991, por meio da Lei Estadual nº 5.904, foi oficialmente criado o município de São José do Xingu, combinando a referência ao santo protetor, "São José", com "do Xingu", em homenagem ao Rio Xingu e ao Parque Indígena do Xingu.
Parque Indígena do Xingu, criado em 1961 pelo então presidente Jânio Quadros, é uma das maiores reservas indígenas do mundo, abrangendo cerca de 2.642.003 hectares. Localizado no norte de Mato Grosso, o parque é habitado por dezenas de etnias indígenas, preservando não apenas o território, mas também a cultura e o modo de vida desses povos. O município de São José do Xingu, por sua proximidade e interação histórica com o parque, consolidou-se como uma referência para as comunidades indígenas, sendo um ponto de apoio essencial para relações comerciais, acesso a estudos e serviços básicos, e intermediação com órgãos públicos.
A partir de São José do Xingu, desenvolveu-se o Projeto de Assentamento Santa Cruz do Xingu, que posteriormente resultou na criação do município de Santa Cruz do Xingu. O núcleo inicial, conhecido como Agrovila Santa Cruz do Xingu, foi fundado por Geraldo de Andrade Carvalho, dirigente da COREBRASA – Colonizadora e Representações do Brasil S/A. Com a chegada de inúmeras famílias à região, tornou-se necessário um movimento político visando à emancipação da localidade, que estava inicialmente sob jurisdição de Luciara e, posteriormente, de São José do Xingu. Em 28 de dezembro de 1999, através da Lei Estadual nº 7.232, Santa Cruz do Xingu foi elevada à categoria de município, desmembrando-se de São José do Xingu.
Atualmente, São José do Xingu administra, além da sede municipal, o Distrito de Santo Antônio do Fontoura. Este distrito, com uma população estimada de 993 habitantes, configura-se como uma localidade significativa dentro do município, evidenciando a gestão simultânea de duas comunidades urbanas.
Desde sua formação, o município é marcado por uma convivência plural e dinâmica entre fazendeiros, indígenas, posseiros e moradores da zona urbana. Essa diversidade tem moldado sua história e contribuído para a riqueza cultural e social da região. A relação com o Parque Indígena do Xingu, em particular, destaca o papel de São José do Xingu como um elo importante entre a preservação da cultura indígena e as demandas contemporâneas por integração e desenvolvimento sustentável.
 
						 
								 
								 
								 
                   
                   
                  